domingo, 31 de março de 2013

TV e Vídeo e Educação - História e Políticas Públicas


A seguir, o trecho que diz respeito à história e às políticas públicas relacionadas à TV e o Vídeo e sua ligação com a Educação. O referido conteúdo é parte integrante do Seminário TV e Vídeo e Educação, apresentado dia 18 de março de 2013, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, pelos alunos Idenilton Barbosa, Jéssica Lima e Karielle Correia.


TV E VÍDEO E EDUCAÇÃO


INTRODUÇÃO

O presente seminário se propõe a discutir sucintamente o emprego da televisão e do vídeo no cenário educacional brasileiro, tanto apresentando alguns referenciais teóricos que fundamentam e norteiam o uso dessas tecnologias, como também historiando o progresso da mídia televisiva desde os anos de 1950 até os nossos dias, destacando seu papel educacional, no que diz respeito à influência exercida na sociedade brasileira como formadora de opinião e de costumes, por meio de suas programações gerais, bem como a sua emergência específica como veículo de disseminação do conhecimento, desde o surgimento de programas com viés educacional, inseridos na grade das emissoras comerciais, até a criação, manutenção e desenvolvimento de emissoras educativas no Brasil.
O seminário apresentará, ainda, os aspectos público e privado e sua incidência na TV e no vídeo, assim como as políticas públicas que têm sido desenvolvidas no Brasil, implementadas sob o discurso de que objetivam a democratização dessas modalidades de mídia, com a finalidade de oferecer enriquecimento aos processos de ensino-aprendizagem realizados nas escolas e proporcionar acesso ao ensino e à formação profissional à distância àqueles que, por alguma razão, estão impossibilitados de frequentarem a escola, presencialmente. As práticas pedagógicas que se valem da TV e do vídeo serão contempladas na presente discussão, por meio de exemplos que servem de amostra de como a maioria das escolas públicas e privadas se relacionam com esses recursos no processo de formação dos professores e de ensino-aprendizagem dos alunos.

BREVE HISTÓRIA DA TV E DO VÍDEO NO BRASIL[i]

O site “Tudo Sobre TV”, além de apontar o padre gaúcho Roberto Landell Moura como o responsável pela primeira radiotransmissão do mundo, feita em 1893, na cidade de São Paulo, atribui-lhe também o pioneirismo em um projeto de transmissão de imagens à distância, datado de 1904, o qual, segundo o site, não se concretizou devido à destruição do laboratório do padre por fanáticos religiosos. Apesar disso, a maior parte dos registros sobre a invenção da televisão não o mencionam entre os muitos matemáticos, físicos e químicos que contribuíram para o surgimento da TV, entre eles, o inglês John Logie Baird, mencionado como o autor das primeiras verdadeiras transmissões de imagens à distância, através do sistema mecânico baseado no invento de Paul Nipkow.[1] Mas, aceita-se como oficial a emissão televisiva ocorrida na Alemanha, em março de 1935, disponível em apenas 22 salas públicas.[2] Desde então, a televisão começou a sua escalada mundial de aperfeiçoamento e popularização.
No Brasil, o primeiro registro de uma transmissão dessa natureza remonta a 1939, feita em circuito fechado, durante a Feira Internacional de Amostras, na cidade do Rio de Janeiro, com a utilização de tecnologia e equipamentos alemães. Mas, somente a partir de 1950, com a inauguração da TV Tupi, tendo como pioneiro o paraibano Assis Chateaubriand, as transmissões públicas em preto e branco começaram a acontecer, o número de televisores no país começou a crescer, bem como se deu a criação de outras emissoras. Desde esta época, sob forte influência do modelo estadunidense, a história da televisão brasileira se confunde com o desenvolvimento do país e é marcada por muitos fatos importantes e curiosidades, inclusive alguns ligados de alguma forma à educação, dos quais é possível destacar os seguintes:

“Vídeo Educativo” – Transmissões de um show com esse título, realizadas de 20 a 26 de julho de 1950, no auditório da Faculdade de Medicina de São Paulo, antes da inauguração da TV Tupi.

TV Tupi – Depois de um período de testes, em 18 de setembro de 1950, acontece em São Paulo a inauguração da emissora do Diários Associados, de propriedade de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. O pioneiro, além da fundação da emissora, importa e distribui 200 aparelhos de televisão pela cidade, para que a programação da TV Tupi pudesse ser assistida. São dessa época artistas como Hebe Camargo, Lima Duarte e Lolita Rodrigues, entre outros. (VÍDEO DA INAUGURAÇÃO DA TV TUPI http://youtu.be/XPHYCE8mVpg).
Sítio do Pica-Pau Amarelo – Da obra de Monteiro Lobato, em 1952 tem sua primeira adaptação para a TV feita por Tatiana Belinsky e dirigida por Júlio Gouveia.

TV Tupi em Salvador – Inaugurada em 1956, assim como outras oito estações da emissora em outras capitais do Brasil.

Telecurso – Em 1960, a TV Cultura de São Paulo, também dos Diários Associados, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, põe no ar a experiência pioneira do ensino através da televisão com um curso que visa preparar os candidatos ao exame de admissão ao antigo ginásio (5ª a 8ª série).

TV Itapoan – Também em 1960, de propriedade dos Diários Associados, é inaugurada no dia 19 de novembro a primeira emissora de televisão baiana.

CONTEL – É criado em 1961 o Conselho Nacional de Telecomunicações, para regulamentar e supervisionar o setor no Brasil.

Sílvio Santos – Estréia em 1961, na TV Paulista, como apresentador do programa dominical "Vamos brincar de forca?".

Um milhão de televisores no Brasil – Em 1962, mesmo ano em que a NASA lança o satélite comercial TELSTAR, o Brasil alcança essa expressiva marca. No mesmo período, o videotaipe começa a ser usado regularmente, fato que determina a melhoria da qualidade dos programas e das condições para a transmissão para outros locais do país.

Acordo milionário para criar a TV Globo – Em 1962, Roberto Marinho ganha as concessões de TV no Rio de Janeiro e em Brasília e, em 24 de Julho, assina contrato de 5 milhões de dólares com o grupo americano Time Life, incluindo a disponibilização de pessoal especializado e equipamentos sofisticados para criar a TV Globo. Por ser inconstitucional, este acordo foi proibido.

TV Cultura passa a ser estatal – A emissora é vendida por Assis Chateaubriand para o Governo do Estado de São Paulo.
Televisores em cores – São importados dos Estados Unidos e chegam ao Brasil em 1963.

Golpe Militar e americanização da televisão – A partir de 1964, a TV brasileira, que já era fortemente influenciada pelo modelo norte-americano, com o estabelecimento da censura dos meios de comunicação pelo regime militar, é inundada pelos seriados produzidos pelos Estado Unidos: "Batmasterson", "Bonanza", "A Feiticeira", "Perdidos no Espaço", "Papai sabe tudo", "Jeannie é um Gênio", etc.

Forte investimento estatal para a difusão da TV – Em 1965, o Governo Militar constrói um moderno sistema de microondas, com o dinheiro arrecadado pelo Fundo Nacional de Telecomunicações e gerenciado pela recém-criada EMBRATEL. Além disso, abre crédito para a compra de receptores e fornece a infra-estrutura necessária para a sua expansão.

Canais Educativos - Em Julho de 1965, o Ministério da Educação e Cultura - MEC, formaliza o pedido de reserva de 100 canais de televisão para fins educativos.

Tele-educação - O Governo Federal cria, através do então Ministério da Educação e Cultura (MEC), a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (FUNTEVE), com o objetivo de estimular e dar apoio ao surgimento de novas emissoras educativas. A TV Cultura, futuro canal educativo paulista, deve fornecer programas em videoteipe para os outros Estados, surgindo os canais voltados à educação e à cultura com o respaldo do Governo Federal. São realizados os primeiros estudos para a implantação de um sistema doméstico de comunicações por satélite, com a elaboração do Projeto SACI (Satélites Avançados de Comunicações Interdisciplinares), para fins de Tele-educação.

O homem na lua – Em 20 de julho de 1969, via satélite artificial, a chegada do homem à lua é transmitida ao vivo.

Programa infantil “Topo Gigio" – Com produção italiana e realização da Globo, em 1969 acontece sua estréia. Os apresentadores são Agildo Ribeiro e o ratinho Gigio, boneco manipulado. A criação do desenho de Gigio foi da italiana Maria Perego.

Novela de personagens negros representados por brancos - "A Cabana do Pai Tomás", estréia em julho de 1969 e termina em fevereiro do ano seguinte. Sérgio Cardoso, um homem branco, interpreta Pai Tomás, um homem negro.

Jornal Nacional – Apresentado por Heron Domingues (o repórter Esso) e Léo Batista, vai ao ar, pela primeira vez, em 1 de setembro de 1969.

Difusão do conhecimento e das artes – Ainda em 1969, Desde o início, a TV Cultura tem o objetivo de democratizar a música, particularmente a erudita, tentando aproximá-la do grande público. Uma iniciativa marcante é empreendida pelo maestro Júlio Medaglia, com produção de Fernando Pacheco Jordão. Toda semana, uma orquestra de cordas é levada a um pátio de escola ou de uma fábrica, para que estudantes e operários possam ver de perto o trabalho dos músicos. Todos os Domingos são exibidos os concertos das orquestras brasileiras e estrangeiras, gravados no Teatro Municipal, formando o maior acervo de música erudita da América Latina.

Novelas educativas – “Meu Pedacinho de Chão”, na Cultura, primeira novela educativa, em 1971. Em 1976, a mesma emissora veicula “João da Silva”, outra telenovela educativa.

“Vila Sésamo” - Em 1972, uma co-produção da Rede Globo e da TV Cultura faz grande sucesso. Trata-se do programa infantil "Vila Sésamo", com Sônia Braga, Armando Bógus, Aracy Balabanian e Laerte Morrone como Garibaldo, reconhecida como a melhor adaptação mundial da série educativa norte-americana “Sesame Street”.

Fundação Roberto Marinho – Em 31 de dezembro de 1977 é oficializada a Fundação Roberto Marinho, que, além dos telecursos, promove atividades cívicas, educativas, culturais e de lazer.

Nova versão do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” – É lançada em 1977, pela Rede Globo, a versão da telenovela infantil que alcança maior audiência. Nesta nova fase, permanece no ar até 1986 e é retransmitida pelas televisões educativas.

Telecurso 2º Grau – Produzido pela Fundação Roberto Marinho e Fundação Padre Anchieta, é um curso supletivo gratuito para televisão. A partir de 1978, com 15 minutos diários de aulas, é apresentado por atores globais com ritmo e padrão global. Como não é um programa patrocinado, faz com que a TV Globo escolha horários menos concorridos para transmitir essas aulas.

Telecurso 1º Grau – Vai ao ar em 1981 e, diferentemente do Telecurso 2º Grau, esse programa educativo é apresentado por professores.

Videocassete – Em 1982, se dá a expansão de produção independente de videocassete e cresce assombrosamente o número vendido desses aparelhos no país, mas não há dados sobre a sua utilização nesse período para fins educacionais.

Campanha das “Diretas Já” – Adesão das emissoras brasileiras de televisão à Campanha política e popular pelas eleições diretas, em 1984. A Rede Globo notabiliza-se por omitir no começo o movimento, aderindo somente depois de todas as outras emissoras.

Lançamento de satélite brasileiro e eleição de Tancredo – Em 1985, as TV’s brasileiras fazem ampla cobertura da eleição indireta de Tancredo para a presidência da República. No mesmo ano, o primeiro satélite brasileiro é lançado, com 24 canais.

Criança Esperança – Campanha de arrecadação de dinheiro pela TV para projetos educacionais, de saúde e socioculturais, iniciada pela Rede Globo, em parceria com o UNICEF, em 1985.

TV Educativa da Bahia – Em 1986, é inaugurada essa emissora de caráter educativo. A Fundação Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia é sua proprietária.
Videocassete - São utilizados 3 milhões de aparelhos de videocassetes no Brasil em 19888

TV Rio - O antigo canal 13 do Rio de Janeiro reinicia suas transmissões em 1º de junho de 1988, sendo o pastor batista Nílson do Amaral Fanini, o novo proprietário. A programação é basicamente formada por programas confessionais batistas e jornalísticos, sob o comando de Walter Clark.

Venda da Rede Record – Em 1989 é aprovada por 45 milhões de dólares a venda da Rede Record de Televisão para a Igreja Universal do Reino de Deus, de propriedade do Bispo Edir Macedo.

Eleição, posse e impeachment de Fernando Collor de Melo – As emissoras de televisão fazem ampla cobertura da eleição e da posse do primeiro presidente civil eleito democraticamente em 1989. Assim como também, em 1992, noticiam o seu impeachment e a consequente sucessão pelo vice-presidente Itamar Franco.

Canais em UHF – Em 1990, esses canais de Ultra High Frequency (UHF) começam as suas transmissões a cabo.

Guerra do Golfo – As televisões brasileiras dedicam-se à cobertura jornalística do conflito entre os Estados Unidos e aliados contra o Iraque.

6º lugar em produção de televisores – Em 1996, o Brasil torna-se o sexto produtor de aparelhos de TV, produzindo cerca de 7,5 milhões e é o terceiro maior consumidor, perdendo apenas para os EUA e o Japão.

Criação da ANATEL – Em 1997, dá-se a criação da Agência Nacional de Telecomunicações para regular e fiscalizar o setor.

A partir do histórico apresentado, é possível afirmar que a TV brasileira é eminentemente comercial, com pouco ou quase nenhum espaço dedicado à educação, exceto alguns programas educativos em horários de baixa audiência, ou por meio da programação veiculada pelas TV’s educativas que existem em número insatisfatório e com orçamentos insuficientes. Entre as TV’s educativas, destaca-se a TV Cultura de São Paulo, com programas de grande sucesso, seguida por outras emissoras que, em sua maioria, retransmitem grande parte da programação da TV paulista.
Algumas questões teóricas precisam ser levadas em conta para a efetivação de práticas pedagógicas que se utilizem de todo o potencial da TV e do vídeo, bem como da criatividade e da originalidade dos professores e alunos para a construção de processos que aproveitem melhor esses recursos.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Assim como acontece em relação a outras mídias, a despeito de sua popularidade e de sua familiaridade com o brasileiro, a televisão é subutilizada nos processos de ensino-aprendizagem. À semelhança do que se dá na relação da maioria dos telespectadores com a programação veiculada pelos grandes grupos que monopolizam a informação televisiva no país, na escola, talvez ainda mais acentuadamente, os alunos e professores são, na maioria das vezes, meros espectadores, sem a consciência, a formação e os equipamentos necessários para atuarem como produtores de conhecimento e de saberes por meio da TV e do vídeo.
Quanto às políticas públicas, não se pode dizer que são em número e em qualidade até aqui, de modo a reverter esse quadro. Entretanto, algumas medidas têm sido adotadas, especialmente pelo Governo Federal, no sentido de diminuir a distância entre a realidade atual e as condições ideais, conforme apresentadas a seguir, por meio de alguns exemplos de políticas públicas:

TV Escola

É um canal brasileiro de televisão do Ministério da Educação que transmite seu sinal via satélite por meio de antena parabólica, com o objetivo de capacitar e atualizar de modo permanente os professores do Brasil, bem como oferecer conteúdo que contribua para a formação e o aperfeiçoamento dos alunos na aquisição de conhecimentos diversos. Fundado em 1995, foi ao ar no ano seguinte. A TV Escola galgou um patamar mais elevado a partir do projeto TV Escola Digital Interativa (TVEDI), em dezembro de 2003. O referido projeto foi desenvolvido pelo MEC através da Secretaria de Educação à Distância e do Proinfo.
A programação da TV Escola consta de séries e programas educativos divididos em cinco grupos, compreendendo três níveis do sistema educacional brasileiro e os outros dois sem nível específico, com uma abordagem mais avançada, que são: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Salto Para o Futuro e Escola Aberta, além dos três programas que veiculam cursos de língua estrangeira: inglês, espanhol e francês. Os programas produzidos pela própria TV Escola são gratuitos e podem ser adquiridos sem qualquer custo pela internet, mas as séries internacionais que ela também exibe, são pagas. [3]

DVD Escola
De acordo com a informação encontrada no site do próprio Ministério da Educação, o Governo Federal tem disponibilizado a programação da TV Escola em DVD:

“O Projeto DVD Escola oferece a escolas públicas de educação básica caixa com mídias DVD, contendo, aproximadamente, 150 horas de programação produzida pela TV Escola. A intenção é assegurar o compromisso com a atualização tecnológica e democratização da TV Escola.” (http://portal.mec.gov.br/)

Não há no site oficial, registros atuais dos beneficiados pelo projeto, mas dados não atualizados do MEC fornecem as seguintes informações referentes a 2008 e com uma previsão para o ano de 2009:

“Em 2008, foram distribuídas caixas com 50 mídias de conteúdo da TV Escola às 75 mil escolas atendidas. Até o final de 2009, serão enviadas caixas compostas por 30 mídias DVD com novos conteúdos para a atualização das instituições participantes.” (http://portal.mec.gov.br/)

E-Tec Brasil
Trata-se de um programa destinado à educação profissional e tecnológica. O Governo Federal apresenta o E-Tec Brasil como alternativa para a realização de cursos profissionalizantes de nível médio, à distância. Os cursos são gratuitos e de natureza pública, possibilitado graças à parceria entre o Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal e os municípios.
A União responsabiliza-se por assistir financeiramente as outras esferas do poder público, a quem caberá as providências relacionadas à estrutura, aos equipamentos e aos recursos humanos, bem como a realização das atividades dos cursos e quaisquer outros aspectos necessários para a implementação dos mesmos.[4]

Banco Internacional de Objetos Educacionais
Como parte das ações da SEED – Secretaria de Ensino à Distância, foi idealizado esse portal para dar suporte ao professor na preparação e na execução de suas práticas pedagógicas. É um site que coloca à disposição dos docentes diversos recursos educacionais gratuitos em vários formatos midiáticos, inclusive em vídeo, em diversos idiomas.[5] De acordo com informações do próprio repositório, professores de todos os níveis de ensino podem usufruir dos conteúdos do banco, acessando-os de maneira isolada ou agrupados em coleções.[6]

















BIBLIOGRAFIA

BRIGGS, Asa, BURKE, Peter. Uma história social da mídia: De Gutemberg à Internet. Trad. Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, 377 p.

CARLSSON, Ulla, FEILITZEN, Cecília Von (Orgs.). A criança e a mídia: Imagem, educação, participação. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2002, 552 p.

PACHECO, Elza Dias (Org.). Televisão, criança, imaginário e educação: Dilemas e diálogos. Campinas, SP: Papirus, 1998, 160 p.

SODRÉ, Muniz. A máquina de narciso: Televisão, indivíduo e poder no Brasil. São Paulo: Cortez, 1990, 141 p.

SITE TUDO SOBRE TV http://www.tudosobretv.com.br/ Acesso em 16/03/2013

PORTAL DO MEC http://portal.mec.gov.br/ Acesso em 16/03/2013

WIKIPEDIA http://pt.wikipedia.org/wiki/ Acesso em 16/03/2013















[1] http://www.tudosobretv.com.br/histortv/histormundi.htm
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o
[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/TV_Escola
[4] http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12326&Itemid=665
[5] http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304&Itemid=823
[6] http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/



[i] Fonte: http://www.tudosobretv.com.br/histortv/

domingo, 3 de março de 2013

BOM, BONITO E BARATO


Idenilton Barbosa*


Devido à sua complexidade o exercício da vida é repleto de polissemias e damos diferentes sentidos aos termos. Assim, muitas vezes, até palavras que parecem ter um significado óbvio, precisam ser redefinidas ou questionadas em sua aplicabilidade. Muitas vezes os significados passam a ser relativizados e impõe-se a necessidade de rediscuti-los, com o desafio de procurar perceber a sua essência.



Em tecnologia digital isto é perfeitamente perceptível. O que vem a ser, por exemplo, um bom software para computadores? O que é bom deve ser mantido sob segredo ou deve ser compartilhado? Qual a importância da acessibilidade econômica para a inclusão digital? Que preço deve ser pago pela beleza da aparência dos ambientes digitais? O bom, o bonito e o barato ganham novas nuances na discussão a respeito da disponibilidade e do franqueamento de programas de computador.

É sabido que durante muito tempo e, em alguns círculos, até hoje, essa questão esteve envolta em uma nuvem de ignorância e preconceito. Qualquer software que não fosse um programa proprietário era visto com maus olhos e como sinônimo de ineficiência, limitação, complexidade. Quando pela primeira primeira vez ouvi falar do Linux, por exemplo, por volta de 2002, deixaram-me a impressão de que tratava-se de um programa de difícil operação, o que, principalmente para mim, praticamente um iniciante em relação às tecnologias da informação, representou motivo suficiente para me manter longe dele. Uma breve aula sobre software livre, entretanto, é suficiente para desfazer esse mito.


Primeiramente, considerando os seus aspectos político e econômico. Os chamados programas proprietários estão nitidamente a serviço da concepção neo-liberal predominante, considerando que, sob a concepção de defesa da propriedade individual, tratam as tecnologias da informação como se somente as grandes multinacionais das TIC's, elas mesmas que dominam o setor, tivessem direito a explorá-las, a não ser que outros interessados paguem para utilizarem-nas. Isto, evidentemente, restringe o acesso àqueles que são detentores do capital. Enquanto que os softwares livres não são necessariamente pagos, o que possibilita o acesso de mais pessoas a esses programas e aplicativos.

Em segundo lugar, e é o aspecto que melhor justifica a designação "livre", os softwares alternativos podem ser executados, modificados de acordo com os interesse e necessidades do usuário e redistribuídos indefinidamente. Trata-se da democratização da informação, mormente por não existir a exigência de quem quer que seja de se explicitar os motivos para a sua execução. Além disso, este aspecto demonstra a versatilidade e flexibilidade de um programa assim. As mudanças, além de não serem impedidas, não precisarão ser autorizadas, nem cobradas. Dependerão apenas da capacidade e da criatividade dos programadores.

Por fim, saindo da esfera da programação, as alterações feitas nos programas estão à disposição da comunidade para que esta usufrua dos seus benefícios, sem precisar limitar-se a um único programa. E, o que é melhor, é possível saber o destino dos dados compartilhados e a utilização que está sendo feita dos mesmos, o que representa maior segurança. Em termos de software, bom, bonito e barato, é aquele que é gratuito, seguro, com desenvolvimento colaborativo, que é resultado do conhecimento compartilhado e que melhor se adapta às necessidades dos programadores e usuários. É o software livre.



* Graduando em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia-UFBA


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O CONTO DA ALDEIA

O presente vídeo é uma mostra embrionária, resultado da oficina de produção e edição de vídeos, realizada dia 18 de fevereiro. Foi produzido por Elizabeth Villas Boas, Emellin Britto e Idenilton Barbosa, estudantes da disciplina Educação e Tecnologias Contemporâneas, do curso de Pedagogia, da Faculdade de Educação da UFBA.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

LINHA ABERTA PARA A EDUCAÇÃO

*Idenilton Barbosa

Em caráter de continuidade da discussão a respeito do texto de Pierre Lévy, ventila-se a prática cada vez mais frequente de se utilizar os recursos da EAD (Ensino Aberto à Distância) no ambiente escolar presencial. A influência do EAD na escola presencial originou uma nova modalidade educacional que reúne o que normalmente se faz em toda e qualquer escola e a utilização das hipermídias, sobretudo as disponibilizadas por meio da internet, chamada Educação Online.

Este modelo possibilita ao estudante, entre outras coisas, o acesso às informações em rede no exato momento em que ele está na sala de aula. Ou seja, seu contato com o universo disponibilizado pela internet não precisa ser feito somente fora da escola, em sua casa, ou numa lan house, numa pesquisa ou consulta posterior, mas pode e deve perfeitamente ser feito como parte da aula, convivendo muitas vezes com práticas pedagógicas mais tradicionais.

Outro benefício é a educação coletiva cooperativa. Trata-se da interatividade proporcionada pela Educação Online tanto entre os estudantes e seus professores, como com seus colegas de classe e até mesmo com outros estudantes de outras escolas e de outros lugares do mundo. Tudo isso, é bom lembrar, pode e deve ser feito da escola mesmo. As oportunidades aqui presentes inclui desde a sociabilidade entre esses sujeitos envolvidos nessa interatividade, até a troca de informações e saberes que acrescerão mutuamente aos seus conhecimentos, o que, sem sombra de dúvida, enriquecerá o processo de ensino-aprendizagem.

*Graduando em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A NOVA RELAÇÃO COM O SABER

Idenilton Barbosa*

A partir das considerações do filósofo Pierre Lévy, feitas no vídeo intitulado "As formas do saber", bem como publicadas em "A nova relação do saber", décimo capítulo do livro "Cibercultura", de sua autoria, é possível discutir as bases em que repousa a mutação contemporânea da relação com o saber.

Primeiramente, é um fato inegável a natureza obsoleta das competências no fim da carreira profissional. Ou seja, diferentemente do que se verificava antigamente, a capacidade de um profissional não está mais vinculada apenas ao tempo em que exerce as suas funções, mas à sua capacidade de aperfeiçoar-se e reunir novos conhecimentos. Tempos atrás era comum esperar que um médico mais velho, por exemplo, fosse mais competente do que um com menos tempo de exercício da medicina. Hoje, embora a maturidade ainda continue sendo importante, por outro lado, já não é mais determinante. Se o profissional não acompanhar o atual ritmo ditado pelas novas tecnologias, torna-se obsoleto e, portanto, limitado em sua atuação.

Em segundo lugar, relacionado à primeira constatação, está o fato de que há uma nova dinâmica na transação do conhecimento, de modo que esta não para de aumentar. De acordo com Lévy, trabalhar está associado a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. Não se estuda para receber formação e capacitação para trabalhar. A atividade profissional caminha par e passo com a aquisição de conhecimentos. Na verdade, num certo sentido, o trabalho se confunde com os estudos e o contrário também é verdadeiro. Na nova relação do saber, o profissional, independentemente da área, precisa de uma formação permanente.

Outra constatação evidente é a forma como muitas funções cognitivas humanas se amplificam, se exteriorizam e se transformam. A memória humana, por exemplo, antes restrita à sua capacidade de armazenar dados no cérebro, com as tecnologias contemporâneas, tem sua função transferida para os computadores, hardwares e softwares. A imaginação e os raciocínios são possíveis de ser materializados por meio da simulação. A percepção encontra dimensões diferentes de expressão e possibilita um maior grau de interação entre sujeito e objeto. E, por falar em interação, além de tudo isso, as tecnologias favorecem a inteligência coletiva dos indivíduos na proporção das infinitas possibilidades de compartilhamentos dos conhecimentos e saberes.

Deste modo, a cibercultura representa também a democratização dos saberes, tendo em vista que um conhecimento, que antes tinha um único ou poucos detentores, hoje é socializado. E é interessante que não é uma socialização unilateral, nem verticalizada, ou seja, a difusão desses saberes não parte apenas de um ponto e nem é dada de maneira definitiva, sem abertura para modificações, mas em seu permanente e multidirecional percurso, vários são os agentes de distribuição e compartilhamento que, não somente repassa o seu conteúdo, mas também o altera e o ressignifica.

Nessa discussão, é possível perceber uma outra grande diferença em relação à aquisição e ao compartilhamento dos saberes. No passado, a apreensão de certos conhecimentos muitas vezes era impedida pela falta de tecnologia suficiente para explorá-los ou por falta de acesso aos conteúdos por motivos socioeconômicos ou políticos. Hoje, no entanto, embora ainda persista a marginalização tecnológica de pessoas e grupos humanos, determinada por políticas públicas de inclusão insuficientes ou mesmo, em alguns casos, completamente inexistentes, muitas pessoas já têm acesso a todo tipo de informação e conteúdo. Quanto à existência de tecnologias, hoje em dia, sua variedade e alcance parecem ser infinitos. O problema hoje é outro. Justamente por causa desse universo inesgotável de conhecimentos a que se tem acesso sem grandes dificuldades, não é possível abarcar a todos eles. É a realidade chamada por Pierre Lévy de "inacessibilidade do todo".

*Graduando em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

IMAGEM: PRODUTO DA IMAGINAÇÃO

Apesar da tendência reducionista de muitas vezes se atribuir à imagem apenas um caráter ilustrativo, é sabido que, para além de desempenhar uma função acessória, a imagem está tão presente em nosso cotidiano como um instrumento eficaz de comunicação que, em muitas situações, ela sozinha, sem palavras ou qualquer legenda, é bastante para expressar uma ou várias ideias de maneira dinâmica e apropriada.

Isto, é claro, não é privilégio nosso, que vivemos em pleno Século XXI. Porque, as inscrições rupestres, por exemplo, estão aí para testificar que, desde tempos imemoriáveis as imagens tornam possível a comunicação, a narrativa dos fatos históricos, a perpetuação de bens culturais e, sobretudo, a expressão da identidade e dos sentimentos dos indivíduos e grupos humanos.

Com a celeridade característica dos nossos dias, especialmente no que diz respeito aos avanços tecnológicos, não somente nosso contexto sócio-cultural reivindica a oportunidade de interação e intervenção nas imagens, independentemente do tipo, como, felizmente, isto é cada vez mais possível, em relação ao que pode ser alterado, subtraído, acrescentado, enfim, editado, parecendo sugerir a ausência de limites, a não ser na própria criatividade de quem nelas interfere.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO BLOG NA EDUCAÇÃO

Com o dinamismo que é peculiar a todo e qualquer ambiente virtual, o blog experimentou transformações desde que foi concebido. No início, constituía-se como um diário utilizado somente por jornalistas, com a finalidade de roteirizar suas ações e noticiar os fatos. Entretanto, seu uso foi ampliado e democratizado, de modo que, hoje, é um recurso utilizado por pessoas de diversos segmentos, inclusive professores e educadores em geral.
Suas características iniciais foram preservadas e acrescidos outros aspectos. Assim, o blog apresenta-se como um espaço para o relato e narrativa de atividades e acontecimentos, para a publicação de conteúdo analítico e opinativo, com a utilização de múltiplas linguagens em suas postagens. Além disso, ao mesmo tempo que tem um cunho autoral e pessoal, abre-se para a interatividade por meio da colaboração de outros atores, bem como apresenta-se de maneira dialógica.
Essas características tornam o blog um espaço extremamente interessante para as pretensões dos processos educativos e da difusão do conhecimento. Considerando que a educação é algo que acontece a partir das  experiências dos sujeitos nela envolvidos, de modo multifacetado, criativo e interativo, a utilização do blog cai como uma luva.
O uso do blog para fins educacionais representa um passo significativo na caminhada irreversível da inclusão digital de educadores e educandos, inserindo-os num processo dinâmico de comunicação de ideias, experiências, conhecimentos, de uma forma atraente e relevante.